O que o vinho tem a ver com o fotógrafo mais importante das paisagens cariocas? Nada, é claro! Bem, até que tem, reparem só.
Quem for apreciar a bela exposição sobre sua obra no Instituto Moreira Salles (tem local mais chique do que este?) encontrará uma montagem condizente com a elegância desta ex-residência dos donos do Unibanco.
Paredes pintadas na cor vinho (não disse que havia relação?) realçam as reproduções fotográficas - com panorâmicas que alcançam 180 graus - reveladas com técnicas da época, onde eram utilizadas albumina e platina. Tudo executado com esmero pelo próprio Instituto (alô Beth Pessoa, gostou do elogio?).
As molduras foram todas encomendadas para a Glatt (o casal Ana e José Guilherme possui experiência de mais de 30 anos no ramo). Elas acompanham o estilo refinado da exposição, realçando as fotos com discrição. (Se quiserem ver outras de suas criações, acessem Morar mais por menos 05, onde a Glatt foi minha parceira profissional no Espaço do Corpo. Se quiserem conhecer mais ainda sobre a dupla dinâmica, visitem o site www.glattmolduras.com.br).
MARC FERREZ (1843-1923) era filho de franceses que vieram ao Brasil para a Missão artística Francesa e aqui se radicaram. A partir de 1859 dedica-se à fotografia, por influência de Franz Keller. Em 1873, viaja à Paris, onde adquire sua primeira câmara panorâmica. Mais tarde, por volta de 1880, chega a desenvolver e mandar construir uma câmara com capacidade para negativos de 110x40cm.
A partir de 1903, faz um minucioso levantamento fotográfico da construção da Av.Central, como a foto abaixo de 1910.
Foi ele quem introduziu, no Brasil, as chapas secas e o papel bromo-prateado e, posteriormente, as chapas autocromo inventadas pelos irmãos Lumière. Em Paris, realiza trabalhos com a fotografia a cores, além de experiências em torno da cinematografia, mas retorna ao Rio, no fim da vida.
Para quem gosta de programas com requinte, esta exposição é imperdível. Aproveite o local e se delicie depois com ótimos pasteizinhos de forno com diferentes sabores – como funghi e palmito – acompanhados por uma taça de vinho, é lógico!
P.S. Leiam também as análises sobre outras exposições no IMS: Souzanetto e Santiago & Coppola.
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