Entre o gaúcho Luiz Carlos FELIZARDO e o californiano Neil FOLBERG, um outro americano se interpõe: Ansel Adams, eternizado por suas fotografias em preto e branco do selvagem oeste americano.
Felizardo é fiel ao P&B, e, como Adams, também percorreu o Arizona (Prescott), além de vastas áreas de Florianópolis (Calcupé) e Ouro Preto (Canyon das Andorinhas).
Prescott, Arizona
Já Folberg, apesar de discípulo de Adams, preferiu retratar Israel, Egito e Jordânia. Ao contrário do mestre, adicionou a cor na vasta gama monocromática destas paisagens e suas sombras de diferentes tonalidades acinzentadas.
Jebel Babb
Conheci o trabalho de Luiz Carlos este ano, através da sua exposição na bela galeria Bolsa de Arte em Porto Alegre. Suas fotos me remeteram de imediato à lembrança de Neil, de quem já sou fã desde o final da década de 80, principalmente do seu trabalho no SINAI. Ambos utilizam câmeras de grande formato 10x12.
O desafio de quem fotografa de um ponto alto para abranger o entorno é não perder a intimidade de quem tem os pés em terra firme - alcançar o difícil equilíbrio entre o detalhe e a generalidade, o particular e o universal.
Como a paisagem é uma eterna mutante, movendo-se ao prazer das intempéries climáticas e estações do ano, imagino a dificuldade da pré-visualização destes artistas, para que seu produto final seja fiel ao que seus olhos desejam captar. Felizardo é autor de um livro cujo título me parece perfeito dentro deste raciocínio: “Relógio de ver”.
Bem, acho então que já é hora de admirar estas PEDRAS calorosas, e nos tornarmos voyeurs destas terras desérticas, que provavelmente jamais conheceremos in loco.
Sierra Ancha
Canyon of Wadi Arada Hagadol
Phelps Dodge
Bikat Hajaj
Retiro dos Padres e Rochas de Cacupé
Wadi El-Ain e Canyon of Colors
Oasis of Wadi Kid
Agave
Nota: Fui apresentada à charmosa galerista Margaret (Oi, Marga!) pela super simpática artista Heloisa Maia (Lu, toma conta do meu menino em Nova York!). Querem saber que outros artistas compõem o seu acervo? Nada mais, nada menos, que Siron Franco, Gilvan Samico, Maria Tomaselli, Carlos Vergara e Iberê Camargo, que acaba de ganhar na cidade um museu projetado pelo talentoso arquiteto português Álvaro Siza (leiam “Fundação Iberê: verdades por Siza” ). Também encontramos ótimos representantes da Geração 80 como Cristina Canale e Daniel Senise. (Quem não freqüentou o Parque Lage naqueles tempos não tem idéia do que perdeu. Saudades das suas aulas, Manoel Fernandes!)
O local onde nos encontramos também não podia ser melhor: o recém-inaugurado Mr.Lam. Atenção: apesar de chinês, a dica é saborear o menu dégustation. Aconselho ir com um grupo bem grande e almoçar no domingo já que serão hoooras de prazer. A bebida? O saboroso caipisaquê de frutas vermelhas. Com certeza! Obs. Já para a experiência de comer um verdadeiro Peking duck só mesmo indo a um restaurante tradicional em Pequim (vejam a descrição de como saboreá-lo ao final do artigo).
E-mail de agradecimento da Marga:
Querida Ignez, Que surpresa e que alegria! Adorei estar no teu site e estou mandando já para o Felizardo. Espero repetir um domingo de muita comida boa e conversa qualquer hora. Pode ser no Rio ou quando vierem ver o Alvaro Siza aqui em Porto Alegre. Mandei o texto do teu filho para o pessoal da Fundação. Um beijo grande, obrigada Marga |