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Quartos Infantis - Espaço para dormir
Por Ignez ferraz
Sleeping well into colours and new shapes of children furniture


TODOS OS EXEMPLOS DESTE ARTIGO SÃO PROJETOS DE INTERIORES, DESIGN DE MOBILIÁRIO E EXECUÇÃO DA ARQUITETA IGNEZ FERRAZ


'Cores e novos formatos no mobiliário infantil estimulam de uma maneira lúdica o interesse pelo próprio quarto'



Apesar de bem pequeno, um jirau foi a solução para abrigar a área de brincar, separando-a dos espaços para dormir e estudar da Nanda. Sob ele, o camarim com cortina torna o ambiente lúdico, apesar do uso de materiais “adultos” como revestimentos, iluminação e complementos (a micro-persiana é ideal para os alérgicos).


Para que a casa e a escola realizem da melhor maneira sua vocação de transmitir segurança e saber, é necessário que o espaço arquitetônico seja polivalente e simulativo, de modo a permitir o livre exercício da imaginação.
O ambiente deve ser claro e arejado, os móveis simples e leves e o material prático e lavável.


Um projeto de quarto cuidadoso deve oferecer áreas distintas de DORMIR, ESTUDAR e BRINCAR. De um modo geral reserva-se para os cantos de estudo as áreas mais próximas à janela, enquanto a área de dormir localiza-se na penumbra.


A função do projetista é perceber suas aspirações e fornecer meios para realizá-las, com propostas que possibilitem à criança interagir com o seu espaço, adaptando-o, modificando-o, recriando-o. Uma entrevista minuciosa com o usuário (a partir de 3 anos) pode ser eficaz. São levantados hábitos, preferências, atividades, convivência social e cores mais apreciadas. É o que sempre faço em meus projetos, cujo resultado vocês verão abaixo.




DORMIR


Na zona de dormir as camas podem ser utilizadas em alturas variadas:
-A tradicional, de preferência com cabeceiras da mesma altura, para que a cama possa ser colocada em qualquer posição em relação à parede e ainda servir como sofá durante o dia. Sob ela, uma cama extra ou gavetão é sempre uma maneira de ganhar espaço.



Quarto com “jeitinho” de sala, como pediu a pequena usuária.


- A partir de 50 cm de altura, com aproveitamento total ou parcial para brinquedos e roupas. A cama extra não precisa localizar-se embaixo desta, podendo esconder-se sob estrados de estudos, armários ou locais para brincadeiras.



A escada que dá acesso à cama bem alta da Emília é formada por módulos largos, com gavetas para roupas e miudezas, ganhando-se espaço no armário. Sob ele, cama extra para amiga. O corrimão prolonga-se como grade protetora.


- A partir de 1.10 m para beliches em L e 1.35 m para beliches paralelos. Mas beliche não precisa ser sinônimo de “caretice” ou “sem gracice”. Um simples lance de escada (que, longe de ser a convencional “marinheiro” traduz-se em diversos outros formatos – caracol, triângulos, prolongamento de prateleiras...) ou mesinhas acopladas de forma charmosa podem dar ao “manjado” beliche um visual mais criativo.



A escada de formato triangular permite o acesso à cama superior da Roberta, enquanto embaixo a bicama independente da Carla possui detalhes que se harmonizam com os baús (mesas de cabeceira).


- Mesmo sem necessidade de outra cama embaixo, as crianças desejam uma cama alta. O espaço disponível pode ser utilizado para camarim com espelho, poltrona (desdobrável em cama), fechado por cortina para jogos teatrais ou como local privativo quando o cômodo for compartilhado por irmãos de sexos diferentes.



Neste quarto, a badalada poltrona “Saco” tanto serve para a leitura do Felipe, quanto para ele assistir a TV, posicionada em frente.
Ou simplesmente para o “relax”, acompanhada do painel com fotos e bilhetes de amigos.



Antigamente a lei era assim: meninos num quarto, meninas no outro.
Com os espaços de moradia cada vez mais reduzidos, é bastante comum que o quarto tenha que ser compartilhado com outro(s) irmão(s). Esta convivência “compulsória” ajuda a criança na aprendizagem de si mesma e uma melhor compreensão dos seus limites.



Divisória com cortina para Bernardo e sua irmã Alice compartilharem o mesmo espaço, preservando sua intimidade.


Crianças aspiram modelos do mundo adulto e estes são bem-vindos: uma iluminação estudada com luz geral e localizada, detalhes de design contemporâneo, cores atuais. O desenho deste tipo de mobiliário deve ser estilizado de modo que poucos elementos simbolizem a idéia principal. A leitura destes elementos é rapidamente codificada e assimilada pelas crianças que sabem mais do que ninguém, que brincar é, sobretudo, superar os limites das interrogações e surpreender-se continuamente.



Ao fundo, closet comum às duas irmãs Clarice e Suzana, iluminado por vidro inclinado próximo ao teto. As prateleiras sinuosas também funcionam como degraus e mesas de cabeceira. Penteadeira com a mesma linguagem e gavetas embutidas. O charme do espaço é ampliado pela nuvem em gesso com iluminação indireta, além das luminárias pendentes individuais no teto azul acinzentado.


GOSTARAM DAS SOLUÇÕES?
Então nos contatem pelo e-mail grif@ignezferraz.com.br ou pelo tel. (21) 38133194.
Seus filhos poderão ter seus sonhos realizados. E vocês também, claro, pois projetamos toda a residência.


Nota: Leiam também sobre espaços para “estudar” e “brincar”.


E-mail da Clarice:


Oi, Ignez! esse meu ex-quarto dá uma saudade! A foto é linda - também porque o projeto era lindo! Admiro muito suas criações para os pequerruchos, sempre tão lúdicas, enfatizando que "brincar é, sobretudo, superar os limites das interrogações e surpreender-se continuamente."
Adorei esta frase, inclusive. Parabéns pelo site, textos e fotos!
Um grande beijo!
Clarice Rito
 
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