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(R)evolução dos Home Theaters
Por Ignez Ferraz
Em meados do séc. XX, a única TV da casa é compartilhada por toda a família, que se reúne na sala para assistir as poucas opções de canais abertos. O que podemos notar é que a (r)evolução tecnológica dos equipamentos foi muito mais veloz do que do mobiliário. A partir daí os eletrônicos passaram a comandar a festa, ditando as configurações dos ambientes.



Sala na década de 50, com a pequena TV apoiada na estante divisória entre estar/jantar (Projeto de Interiores e Mobiliário de Tenreiro, ainda atual)


A partir da década de 70, com a especulação imobiliária e a necessidade de construir mais e não melhor, reduzem-se cada vez mais as áreas dos compartimentos, inversamente proporcionais ao aumento de suas funções: os mesmos cômodos servirão como escritório, quarto de hóspedes e sala de TV - que já não se posiciona no living, mas nos quartos, ‘embutida’ nos armários ou sobre carrinhos com rodízios que passeiam pela casa.



Os racks móveis para TV mudaram de função - proporcionam pufes extras no home theater, guardados sob a mesa de centro, banco ou aparador


Já na década de 90, com a evolução tecnológica e a nova estética dos aparelhos, o home theater passa a ser o espaço que melhor corresponderia à Sala de Música Art-Nouveau do início do século, integrando som e imagem através de vídeo-lasers e DVDs. Como complementos surgem sofás-camas ou em L cada vez mais confortáveis, poltronas giratórias e anatômicas advindas da linha office ou outras que se esticam como chaises-longues. As estantes deste espaço devem ser funcionais, pois ocupam boa parte do ambiente. Fiação embutida com ‘visita’ e luminárias direcionáveis para os eletrônicos são bem vindos.



Versátil e componível, esta estante modular possui um visual leve, complementado pelo uso de prateleiras de vidro jateado e cantoneiras em aço inox. Portas de vidro incolor (protegendo os eletrônicos) encaixam-se sob ou sobre os módulos, que guardam de CDs às bebidas e livros e podem ser adquiridos separadamente.


Em termos de som, as tecnologias de áudio multi-canal que mais obtiveram sucesso foram a DTS e Dolby 5.1 – um subwoofer para os graves, cinco pequenas caixas de som surround (uma central acima da TV, duas laterais em prateleiras altas e duas posteriores no teto ou sobre finos pedestais). Além da TV com medidas superiores a 29”, a tela que se desenrolava do teto com projetor também ditava moda.


Na virada do séc. XXI, finas plasmas e LCDs deslumbram e retornam poderosas ao estar, ocupando o espaço nobre da residência.



Projetada em módulos horizontais e verticais, esta estante dupla face é ‘solta’ do piso através de base metálica e possui previsão para embutir toda a fiação dos equipamentos. TV widescreen e micro caixas de som giratórias. Prateleiras e gavetas para CDs e DVDs podem deslizar para os dois lados. Já os Beatles, 40 anos depois de terem lançado Abbey Road, continuam na ‘crista da onda’.


O advento dos formatos de alta definição Blue Ray e HD DVD, assim como as transmissões de TV Digital trouxeram enorme destaque ao setor. Apesar da alta tecnologia, as TVs tornam-se cada vez mais leves e com preços acessíveis. Com centenas de canais fechados e a necessidade de se permanecer mais horas em casa por segurança e economia, ela sai do ambiente restrito e pode ser vista de vários ângulos da residência, com espaços cada vez mais integrados como num loft. Prático, o computador também pode ser acoplado à telona. E, claro, ela pode girar com o novo suporte preso à laje.



Que tal um home theater sem estante? Apenas uma super TV de 50" giratória, que ainda pode ser acoplada ao seu computador. Um fundo acrílico fumé removível facilita o acesso ao complexo cabeamento.


Não há mais necessidade de DVDs, pois os filmes são ‘baixados’ pelo computador e transmitidos na telona. Os novos docks (caixas de som para IPods acoplados) substituem os CDs. Mas para os saudosos por que não guardá-los na extensa gaveta subdividida do aparador?
Já o mobiliário que nos parece tão contemporâneo... cadeiras de jantar by Marcel Breuer da déc. de 20 e lustre do Tenreiro da déc. de 60!
Um mix harmonioso, uma tendência atual.
 
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