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Entre dois séculos de design
Por Ignez Ferraz
Designers de todas as áreas têm dirigido seu foco continuamente do passado para o presente, depois o futuro e de volta ao passado, sempre em busca de estilos que instiguem e emocionem.


Um bom projeto é eterno e no mobiliário, uma premissa irrefutável. Do rigor geométrico com uso de novos materiais e tecnologias da alemã Bauhaus a partir da década de 20, passando pelos pés palito e formas aerodinâmicas do pós-guerra nos EUA e Europa, e seguindo pelo pop londrino e o plástico colorido dos anos 60, podemos afirmar que o SÉCULO XX nunca esteve tão presente no séc. XXI.



ZANOTTA: saindo dos clássicos neutros do séc.XX...



.... e entrando no séc. XXI da LAPALMA: convivência pacífica nos tons do Pacífico


E não estamos falando apenas dos originais vintage cada vez mais raros, mas de todos os retrôs: reedições, releituras, relookés...


Os anos 50 são os mais revisitados, principalmente as cadeiras moldadas de Charles e Ray Eames sendo a VITRA, eterna fabricante dos clássicos.


Sua cadeira de balanço, “Rocking Armchair” (redesenhada toda em plástico pelo Studio Barber Osgerby em 2011), foi a pioneira no que é hoje uma febre bastante simpática.



Do craque Patrick Nouguet, “Kob rocking” para ALIAS – estrutura que nos remete à “Diamond” do Bertoia e pés em V, uma tendência mundial.


A Euromobile anual em Milão, ainda é o epicentro dos novos (e antigos) (re) lançamentos, para onde converge o olhar mundial. E não apenas na Fiera, mas a cidade inteira respira e transpira Design.


Em 2015, o que mais me chamou atenção foi verificar que os pavilhões mais criativos não eram, necessariamente, os das marcas italianas já consagradas. Como sempre, alguns designers são onipresentes – Philippe Starck, Patricia Urquiola, Konstantin Grcic, Marcel Wanders, os irmãos Bouroullec – projetando para várias indústrias em diferentes materiais e resultados desiguais. Encontramos projetos instigantes entre os nórdicos, belgas e holandeses.


Mas o designer que mais me emocionou foi o japonês Nendo, vencedor do prêmio “Designer of the year” este ano da Maison & Objet. Seu olhar sob um prisma desestruturado, com materiais claros e leves quebram paradigmas.



“Twigs” 1, 2 e 3 by Nendo para ALIAS.


Como todo designer badalado, Nendo não desenvolve ideias para uma única indústria.



Na “Bison”, para a poderosa CAPPELLINI, Nendo deixou aflorar sua origem nipônica, numa poltrona que desejamos ’vestir’ suavemente como um quimono.


Sua criação mescla fortes tendências como os arredondados e o uso de cores contrastantes, recurso muito bem empregado nas cadeiras “Ulla” da SAWAYA & MORONI – encostos coloridos flutuantes e assentos estampados P&B.


Com o mesmo espírito, Patrícia Urquiola, a espanhola mais influente da área, apresentou seu “Fat Sofa” na B&B (que já não expõe na Feira há 12 anos) onde as tramas abertas e grossas são destaque.






O mesmo trançado marca presença envolvendo mesas de centro/lateral de formatos variados, com opções de madeira ou mármore nos tampos. São conjugadas aos sofás modulares da linha “Butterfly”.Tudo by Patricia Urquiola


As tramas mais interessantes surgem na TRIBÙ.


Chapas perfuradas – metálicas ou plásticas – são superfícies constantes em todos os tipos de assento.



“Oxo” da KRISTALIA


Podemos notar que os sofás e poltronas diminuíram de profundidade ou são modulares. Ao contrário do que imaginava, já que Marsala foi eleita a cor 2015 pela Pantone, o amarelo imperou – do canário ao mostarda – sempre compondo com tons de cinza ou ao imbatível P&B.



Sofá modular “Randomíssimo” da MDF ITALIA


As mesas de centro mais utilizadas são as clássicas Saarinen (sempre em dupla) e suas releituras lúdicas (brincadeiras divertidas também encontradas na KARTELL, MAGIS, REXITE e SCULPTURES JEUX):



Uma mesinha bastante autêntica foi criada pelo jovem designer veneziano Salvatore Indriolo para a marca italiana ZANOTTA. A peça mostra a paixão de seu projetista pelas formas simples e conta com um mecanismo que permite a rotação do tampo, dando acesso a um compartimento secreto ideal para guardar pequenos objetos do cotidiano...


Existe, portanto, uma preocupação com o multifuncional. Bancos (com ou sem encosto, nas mesas de jantar) e pufes (substituindo poltronas e mesas de centro de forma quase acintosa) estão na ordem do dia – são mais baratos e ocupam menos espaço.



Parentesit da ARPER



A ZANOTTA relançou o “Sacco”, criado em 1968.


Os azuis ainda permaneceram em várias tonalidades, e reaparecem as cores pasteis (principalmente o rosa), com predominância entre os nórdicos (MUUTO, NORDIC CARE, LAMMHUTS, NORMANN).



Pufes “Kipu” da LAPALMA


Vitrines de showroom, mesmo quando participantes da Feira, são imbatíveis, como a CASSINA, com cadeiras do Le Corbusier girando. A ARTEMIDE, apesar de possui um pavilhão na Euroluce (evento bianual), é mais original no seu showroom da Via Durini, onde podemos observar um robô encaixando lâmpadas de leds suavemente num painel.


Com essas observações, podemos dizer que os movimentos são uma das principais tendências: mesas que se esticam, estantes pivotantes, luminárias giratórias.


Tudo é leve e slim (conheçam também os móveis da linha Slim do nosso Studio: bufê, mesa de jantar e mesa de centro) – tampos extremamente finos, estruturas em aço (pintadas de cinza, preto ou cor de bronze) envolvem estofados e pés de mesinhas. Enxergamos uma simplicidade no essencial muito bem-vinda.


Além disso, o próprio pavilhão, com sua estrutura vulcânica by Fuksas já vale uma visita. E as lojas chiques, situadas principalmente entre a Via Montenapoleone e a Via della Spiga são aulas de vitrines instigantes.
 
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