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Conexão Rietveld, Mondrian e Saint Laurent
Por Ignez Ferraz
Design, Art, Fashion


Entra moda, sai moda, mas o que nunca está fora de moda é o MAM, nosso museu-maravilha. Vocês acreditam que o projeto desta dupla invejável, Affonso Eduardo Reidy (que não chegou a ver sua obra-prima concluída) e o paisagista Roberto Burle Marx data de 1954?



Na época da Faculdade costumava passear por estes jardins olhando os barcos na enseada. Imaginava que um dia comemoraria lá alguma data especial, com alguém muito especial - quem sabe num piquenique. Bem, se este alguém especial não curtir sentar na grama, vou providenciar uma cadeira Red/Blue com uma mesinha Schröeder para o jardim. Por que só uma? Porque EU vou sentar na grama, para abrir meus muuuitos presentes! Photoshop é apenas o máximo, né não?


Apesar de cinquentão, o museu continua antenado, como nesta exposição sobre o sempre lembrado (e ótimo!) arquiteto e designer escandinavo Alvar Aalto (leiam também “Nórdicos em alta”). No térreo, como “aperitivo”, protótipos das cadeiras de Rietveld, no mínimo curiosos (a começar pela escala apresentada).


Antes de visitá-los, porém, dê uma passadinha na bem selecionada loja de design do Tulio Mariante, a Novo Desenho, que tem, por exemplo, luminárias pouco conhecidas de Sérgio Rodrigues, a maioria da década de 60. Aliás, dê uma olhada depois também, porque sempre existirá um item que você não havia percebido da primeira vez.


O arquiteto Gerrit Thomas Rietveld (1888-1964) nasceu na Holanda e trabalhou durante a infância com seu pai, um ebanista (espécie de marceneiro entalhador).





Em 1917 desenhou sua cadeira mais conhecida – a Red/Blue - que, naquela época não era nem Red nem Blue, mas natural (na exposição ela é mostrada em rosa, um tanto quanto esquisita). Por influência do movimento “De Stijl” (nome retirado da revista editada pelo pintor, designer e escritor Theo Van Doesburg, entre 1917 e 1931) é que introduziu suas cores em 1921, tornando-a famosa na exposição da Bauhaus, dois anos depois.





Durante a crise econômica, e, como resposta a demanda de produtos de baixo custo, desenhou uma série de móveis em compensado termo formatado. A “Beugelstoel”, com estrutura tubular pintada, data de 1927, e foi sua primeira criação a ser produzida em série pela Metz & Co, depois da exposição “União dos artistas modernos” em Paris, 1930.





Na época, outros designers também trabalharam com este material, como Gerald Summers e sua cadeira de braço de 1933, construída a partir de uma única chapa de compensado. A ausência de estofo evitava as pragas e o apodrecimento devido à umidade nos trópicos.





Obs: Na década de 30 a técnica da termo formatação já era bastante conhecida pelos nórdicos como Alvar Aalto e Bruno Mathsson. Mas sem dúvida, a cadeira mais famosa dentro desta técnica é a idolatrada LCW (Lounge Chair Wood) de Charles e Ray Eames, desenhada em 1945, um dos exemplos mais excepcionais do bom desenho e com um sucesso comercial estrondoso até hoje.





Já sua cadeira de alumínio de 1942, moldada e perfurada, parece ter sido inspirada na “Landi” (1930) de Hans Coray.





A “Landi” foi desenhada para uma exposição em Zurique, e suas perfurações reduziam o seu peso, permitindo o escoamento de água quando usada em exteriores. Construída com uma única folha dobrada, superou os limites técnicos e estéticos conhecidos até então.


Assim como Mackintosh, muitas vezes Rietveld é criticado pela falta de ergonomia no seu design. Para além das questões de função e estrutura, a riqueza de suas idealizações assenta na comunicação de atitudes, idéias e valores. A capacidade de persuasão de uma cadeira depende da clareza de sua retórica. Quanto mais claro for o argumento, maior é a probabilidade de se efetuarem ligações. E é a qualidade destas ligações que determina, no final, o sucesso de uma cadeira.


Sua última e mais minimalista criação é de 1963, a cadeira “Steltman”.





Como arquiteto, seu mais famoso projeto foi a Schröeder House, onde também concebeu os interiores – pureza funcional, jogo de verticais e horizontais, grandes qualidades espaciais.





Ih... quase ia me esquecendo de explicar o título deste artigo.
Nas minhas palestras sobre os elos da Arquitetura, costumo abrir com uma comparação entre a Red/Blue e um quadro do pintor Piet Mondrian – “Red,Yellow and Blue”, de 1921 - seu contemporâneo do “De Stijl” (que no entanto nunca se encontraram), demonstrando com clareza a aproximação entre arte e design.


Bem, e o YSL? Yves Saint Laurent, famoso costureiro francês, prestou em 1965 uma homenagem ao pintor, adaptando o princípio das suas concepções abstratas a vestidos de linhas retas (leiam mais sobre este genial estilista em “Bye Fifties, welcome Sixties”).





TÁ EXPLICADO?
 
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