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Ventanias unem a pintura de Secchin e a poesia de Sol
Por Ignez ferraz
Blowing in the wind Art & Poetry


Ao visitar a última exposição do talentoso Guilherme Secchin no Centro Cultural Correios (quem não foi, não tem idéia do que perdeu), observei que não há como desassociar essas pinturas das poesias da sua mulher, companheira e mãe de seus dois filhos, Ricardo e Antônio (que faz anos no mesmo dia que eu – 20 de dezembro),Solange Casotti.


Aqui, presto uma homenagem aos dois:


DO MUNDO DAS VENTANIAS


Chamando o vento
Na terceira guerra deveria se impor a luta do homem pela natureza.






Longo caminho perdido,
não pode ser cumprido.


Mistérios na estrada,
desvios.


Ventanias
São dimensões urbanas essas a que me jogo.



Continuar esperar
esperança entrar,
se escolho ou se tenho,
sem saber empenho.


Cada uma
deixando nascer,
não irá abortar
com medo de crescer.





Comum então será o dia,
em que loucas ventanias olhar-se-ão,
reconhecendo teores,
abraçando dimensões.


Às vezes danço sozinha,
como na panela,
não tenho nome,
às vezes ando distraída.


Depois
Somos sentidos que se movem como tempestade,
cada vez menos como nuvem...






Foi-se o tempo em que naturalmente pairávamos,
Movimentando-nos ao vento,
Olhávamos estrelas...


Agora vem a saudade de quando
vida era momento, não uma terra
dividida num espaço de tempo.


DA PALAVRA E DOS MEDOS


A margem esquerda

Quem fala sobrevoa possibilidade






O que tenho para falar acontece.
Percebe-se olhando o que entra,
envolve e passa,
acontece.


No meio da ilha
Por sorte comete vida.







A lua nova de outubro
passando estremece e...
vai, continua empurrando,
envelhece e vive.


A margem direita
É mais fácil encontrar a vida em tentativa.






Cada vez que falo,
ou cada vez que calo,
o entroncamento do ser
percorre todo paralelo,
transgredindo o amarelo pasmo
de não pertencer
ao estado de espírito
do momento.


DO AMOR E DOS MISTÉRIOS


Terra em flor

A tonalidade do colorido dos sonhos é espantosa,
derrama sobre a alma tanta luz.






No fundo de um coração emocionado
cozinham-se paixões,
cruas e mal lavadas, à mercê de qualquer um.


O espaço entre nós
Escuta que pode ser a saudação do dia a dia.






Fomos folhas verdes,
somos, secas no chão,
adubo.


Paixão antiga e forte,
é mais que isto,
é amor.


Será um amor doentio?
Amor doentio não existe,
existe amor.


Alvorada
Sou reparos nos estragos do pano intacto,
sou extremos sem pacto.



Estive secreto,
temporariamente concha,
para ser pleno,
saber ser,
só temporariamente,
secreto.






Beijo vocês com carinho,
Ignez


P.S.E-mail do meu querido Guilherme:


Obrigado pela homenagem! Maravilhoso que existem pessoas como você. Beijos do Gui, Sol, Antonio e Ricardo. E parabéns pelo seu aniversário e pelo site de extremo bom gosto.
 
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