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Bye Fifties, welcome Sixties - O POP
Por Ignez Ferraz
Elos Moda e Design


A elegância dos anos 50 tem sido forte referência tanto para a moda quanto para o design há algumas estações, mas vem cedendo seu espaço para o relookée dos anos 60. Mas “quem” era “quem” nesta década?


BYE FIFTIES...





Arquétipo da família dos anos 50: marido apressado para o trabalho, “housewife” auxiliar, e filhas da geração “boom babies”. O desjejum comunitário é imprescindível, colocado sobre mesa com tampo de fórmica. Cadeiras de plástico de Charles Eames.


WELCOME SIXTIES





A própria esposa de Verner Panton demonstra o conforto da primeira cadeira injetada num único molde plástico (1959/1960).


Até a década de 50, Paris e sua haute-couture dominaram a moda com suas famosas maisons. De 60 a 70, a transformação foi total. Não existirá mais uma tendência unívoca, mas um mosaico de proposições, indissociáveis de outros aspectos da vida cotidiana.


O crescimento econômico favorece os anos 60 e os filhos do baby-boom, já adultos, são os novos heróis anônimos. É a primeira vez que uma moda procede autônoma, própria das camadas jovens. Não seguir uma linha dominante da moda passou a significar liberdade.

Garotas dançam o twist, não mais nos braços de um homem, mas sozinhas, gerando novas atitudes. Sob o impulso das correntes musicais instaura-se um ritual: a viagem a Londres (leia sobre a “Novíssima Arquitetura” daquela cidade).


Iniciado na rota dos Beatles, o estilo é usado indiferentemente pelos dois sexos. Avessos à tradição britânica, surgem as butiques independentes de Carnaby street, e mais tarde King´s Road e Chelsea. Este estilo culminaria na Biba, uma butique de acordo com o início do período hippie.





A década de 60 abraçou do estilo clássico de Jacqueline Kennedy à moda unisex de Sonny e Cher.


O “pequeno príncipe da costura”, como era chamado Yves Saint Laurent, foi discípulo de Dior. Operando a síntese entre universos antagonistas, a sigla YSL marcou toda a época, adaptando-se às circunstâncias, inaugurando um prêt-à-porter na Rive Gauche, e lançando notáveis acessórios.
YSL é o elo de ligação entre a moda de ontem e de hoje.





Versatilidade em Saint Laurent e Hans Wegner.





Marina Schiano com vestido de crepe e renda preta, inspirado na década de 40.
A forma do cadeirão “Ox” (1960) em couro e metal, confere-lhe um caráter distinto e sólido, além de extremo conforto. Era o modelo favorito de seu criador.


Em 65, Laurent presta homenagem ao pintor Mondrian (ver Rietveld, Mondrian e Yves Saint Laurent), adaptando as estampas abstracionistas a seus vestidos de jérsei.
Apesar de dinamarquês, Wegner raramente utilizava o compensado moldado, mas na sua cadeira de três pés (1963) podemos admirar sua maestria.



Com a inglesa Mary Quant, a saia, que desde 63 havia encolhido, está, três anos depois, na metade das coxas.


Em contrapartida, Laura Ashley redescobre o romantismo nas mocinhas pré-rafaelitas de cabelos soltos, e faz da antimoda um grande negócio.





Diferentes personalidades e estilos nas inglesas Mary Quant e Laura Ashley. Já o finlandês Eero Aarnio e o italiano Giovanni Travasa divergem mais nos acabamentos do que nas formas.





A estilista Mary Quant, que disputa com Courrèges a primazia da minissaia, faz parte do movimento espontâneo que vai dar o tom para toda a Europa, convergindo os adolescentes para Londres.

Esta vanguarda também se encontra na premiada cadeira “Pastille” ou “Gyro” de 1968, interpretação inovadora de uma cadeira de balanço. De forma orgânica, projetada também para o exterior, ela ilustra a abordagem sofisticada de vários designers escandinavos (ver “Nórdicos em Alta”) em relação ao uso de materiais sintéticos.(E o verde “kiwi” tão em voga, que tal?)


Laura Ashley faz sucesso com seus longos vestidos guarnecidos com bordados ingleses, tecidos de flores miúdas (liberty) e cestos de palha.

A poltrona “Palla” (1966, mesmo ano da abertura da butique de Laura), apesar da forma contemporânea, também utiliza um material tradicional: o junco trançado, que vem reocupando um espaço triunfante nestes últimos anos.



À minissaia seguem-se os maximantôs, shorts e botas de cano longo (como nestes últimos desfiles).





A butique Elie (posteriormente batizada Dorothée Bis) foi criada em 1962 por Elie Jacobsen, para as originais criações de moda jovem da sua esposa Jacqueline. Essas roupas “dissonantes” em cores e estampas fazem sucesso durante dez anos, combinando comércio com estilo.


Apresentada pela primeira vez na Feira de Colônia em 1966, esta cadeira empilhável do alemão Helmut Bätzner foi o primeiro modelo de plástico produzido em série por sistema de prensagem.



Já a revolução Courrèges opera mudanças em todas as classes sociais. Com sua dupla formação técnica e artística – engenheiro e amante do design – André Courrèges desenha modelos facilmente adaptáveis à fabricação em série. Um estilo sem referência no passsado – a não ser, talvez, pelos construtivistas russos ou pela Bauhaus.

Tornou-se um mito.



Prefigurando uma criatura do ano 2000 (como somente se poderia imaginar naqueles anos plásticos), a mutante, segundo seu criador Courrèges, simbolizava a pureza e o minimalismo.


Usada no filme “2001:Odisséia no Espaço” de Stanley Kubrick, a série “Dijnn” de Olivier Mourgue possui estrutura em aço tubular, acolchoada com espuma de poliuretano. A pouca altura destas cadeiras espelha um estilo informal, regida pelo espírito de misticismo oriental da época.



Paco Rabanne era filho de um antigo mestre da oficina de Balanciaga. Figura de proa da vanguarda do vestiário, é um escultor futurista que trabalha com materiais inusitados, como alumínio, plástico e couro. Foi em seus desfiles-manifestos que se apresentaram as primeiras manequins negras.





Paco Rabanne começou a utilizar pastilhas de plástico (coloridas ou transparentes) em 1967.


Verner Panton sempre se preocupou com o potencial inerente dos novos materiais e suas aplicações. Ao fazê-lo, criou formas inovadoras, como esta cadeira de perfis de aço cromado, base rotativa e almofadas removíveis (1960).
A primeira cadeira inflável italiana, a “Blow”, é um símbolo da cultura popular da década de 60. Fabricada pela Zanotta, e vendida como produto barato e descartável.



As estampas inovadoras - misturas de op-art com psicodelismo - do aristocrata florentino Emilio Pucci, lhe asseguraram uma reputação muito além das altas rodas. Em 2001, na Feira de Milão, a poderosa Cappellini lançou pela primeira vez suas estampas em poltronas, com projeto de Patrick Norguet.
Hoje emoldura champagnes!





A puccimania conservou-se elitista e com um leve perfume retrô. Na foto original, penteado da badalada cabelereira (hoje seria hair designer) Carita.


As formas abstratas escultóricas e de diferentes tonalidades de azul (ver outros azuis em “Belíssima Santorini” ) do designer Pierre Paulin compõem um conjunto visualmente agradável. Estas poltronas em espuma de látex apresentam suspensão de molas, tornando-as ergonomicamente confortáveis e com grande liberdade de movimento.
 
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