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NU-LUX: o luxo das lojas de Grife
Por Ignez ferraz
New Luxury Fashion Architecture in Tokyo


A Arquitetura da Moda foi reestruturada a partir da década de 90, quando arquitetos de nome internacional começaram a colaborar com os estilistas, tornando difusa a fronteira entre estabelecimento comercial e arte. (Leiam sobre este conceito em Tóquio veste Prada)


Londres, Milão, Nova York, Paris e ...Tóquio! Estas são as capitais do reino da Moda, onde se encontram as melhores lojas que seduzem pelo seu estilo e design.



CELUX – cobertura da LOUIS VUITTON Omotesando


Tóquio situa-se nas margens do rio Sumida. Antiga vila de pescadores com o nome de Edo, foi elevada à capital em 1868. Arrasada pelo grande terremoto de Kanto em 1923 e posteriormente pela Segunda Guerra Mundial, esta cidade é hoje, sem dúvida, uma das mais modernas e excitantes do mundo!


A Moda internacional é “desfilada” em três setores de destaque: o bairro de Ginza, o complexo Roppongi Hills e a Av.Omotesando (espécie de Champs Elysées nipônico), que não deixa nada a desejar as suas concorrentes mais famosas como Bond Street, Av. Montaigne, Via Montenapoleone ou Madison Avenue.


Dois motivos levam os consumidores a visitarem uma loja: repor necessidades ou comprar idéias. Estas não devem ser oferecidas como a primeira. A tendência que mais cresce é o valor agregado, no qual se juntam produtos de qualidade com serviços inovadores, numa luta constante para seduzir o cliente e oferecer novas experiências.


Esta é a essência do conceito NU-LUX (New Luxury), dirigido ao segmento mais luxuoso e exclusivo do mundo. Seu melhor exemplo é a CELUX, clube privé projetado pelo americano (radicado em Milão) Tim Power, nos dois últimos andares da LOUIS VUITTON Omotesando. Seu edifício foi idealizado por Jun Aoki, que se inspirou nos emblemáticos baús empilhados da marca para compor a fachada.


A mega firma Louis Vuitton agrega 300 lojas em 50 países e quase 1/6 se encontra no Japão, sendo que a de Omotesando é sua insígnia. A possibilidade de pertencer a este seleto grupo é oferecida a quem pode permitir-se (U$ 1.800 anuais de taxa) ou aos “loucos por moda”, que buscam produtos difíceis de se obter – de Kenzo e Dior aos pequenos designers globais. A coleção se encontra no andar inferior deste departamento exclusivo, onde 60% dos associados são homens.



CELUX – pavimento Coleções


Além das compras, CELUX é um local para se tomar uma taça de champagne no bar apreciando a vista da baía, folhear uma revista de moda ou se reunir para um bate-papo com os amigos no lounge da cobertura.



CELUX – Bar


O local tem um ar retro-chic: móveis de Charles e Ray Eames da década de 50 convivem com sofás estampados por Pucci, onde vasos de cristal e cerâmicas são objets trouvés. Tudo, porém, está à venda.



CELUX – Lounge


Ficou interessado em participar? Pois saiba que para isso é necessária uma entrevista especial, do tipo o-miai, cerimonial onde os noivos introduzem suas respectivas famílias aos parceiros. No Japão, nenhum negócio é fechado sem antes se conhecer bem as partes envolvidas.


Cada Maison tem seu próprio estilo. Portanto, não é regra ser “clássico” (como Hermès, Dior ou Valentino), para que seu produto seja embalado com a síndrome do luxo. Você pode oferecer conceitos contemporâneos (que acompanham as tendências e antecipam-se a elas), sem perder a identidade e características da marca.


Toyo Ito, por exemplo, um dos darlings nipônicos da atualidade, utilizou técnicas de vanguarda no seu projeto para a cadeia TOD´s – bolsas e sapatos.



TOD’S – Fachada


No edifício de sete andares e 2.250 m², a inspiração veio da superposição de nove árvores formando diferentes desenhos nas seis fachadas desta construção em L. Graças à sólida estrutura em concreto, não existiu necessidade de pilares interiores. A vista de Tóquio é espetacular, já que o edifício é mais alto do que a maioria nesta avenida.



TOD’S – Interior sala de reuniões


Além das lojas isoladas, encontramos na região um shopping (ou “Templo do consumo”, como queiram) nos mesmos moldes: Omotesando Hills, que, embora tenha sido desenhado pelo minimalista Tadao Ando (vejam outros projetos seus em Pedra, Bambu, Água e A Igreja do SIM!), manteve sua sobriedade apenas na fachada. Seu interior causa grande impacto, com rampas no lugar de passarelas e um grande lustre de cristal pendente.



Omotesando Hills – Interior


“Canhões” de iluminação presos ao teto à noite funcionam como num show – luz, câmera, ação...Tokyo now!


O luxo não é a única fórmula para se encantar o consumidor e preencher suas expectativas - originalidade também é item importante.


O único pedido de Yamamoto para Ron Arad em sua loja Y’s de Roppongi Hills foi que ele imaginasse uma nova maneira de expor. O arquiteto resolveu o desafio de forma desconcertante.



Y’s - Interior


Barras tubulares móveis cercam os pilares existentes e funcionam como cabideiros. À noite possuem movimento próprio motorizado, “palpitante como um coração”, segundo seu criador. Arad também inovou ao introduzir um vermelho intenso no balcão, com intenção de contestar os tons sóbrios anteriormente adotados pelo estilista.


A imaginação da Moda e da Arquitetura não se esgota nunca...


P.S. Para conhecerem locais interessantes nesta viagem à Tóquio, leiam Tokyo Cult. Para hábitos orientais apreciem IT Nipônico.
 
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