INFLUÊNCIAS
Na Arquitetura, minha maior influência veio do único escritório que trabalhei antes de ter o meu – Luiz Paulo Conde, que também foi meu professor na Faculdade, nos ensinando sobre os espaços e os grandes mestres, mas principalmente, nos conduzindo a amar a profissão. Foi lá que conheci o querido desenhista profissional Daniel Paladini.
Meu mestre Paladini, que me ensinou a detalhar. Saudades!
Numa convivência tranquila e divertida (ainda nos encontramos 30 anos depois!), uma grande turma de estagiários e profissionais se empenhava ao máximo em prol da nossa boa Arquitetura. Obrigada a todos vocês!
Na década de 70, Gastão (à esquerda) era um estagiário hippie e Bittar nosso "chefinho". Trinta anos depois somos todos amigos!
Na Arquitetura internacional, minha fascinação veio sempre do oriente - os japoneses Kenzo Tange (vejam sua Fashion Town em "Tokyo Cult") e Tadao Ando (admirem seu Hotel Asaba no artigo "Pedra, Bambu, Água").
E por que dedico grande parte do meu tempo ao desenho de móveis?
Talvez porque o mobiliário seja tão importante para o nosso bem estar quanto a Arquitetura. Os móveis, mais do que as janelas, portas ou detalhes decorativos podem destruir a qualidade de um interior se forem desproporcionais ao espaço. Entretanto, quando em harmonia com o ambiente podem lhe dar um enriquecimento quase poético.
Muitas vezes é difícil para um arquiteto delimitar uma linha divisória entre a arquitetura e o mobiliário, principalmente para aqueles que exercem com igual entusiasmo os dois tipos de projeto.
No Design, tive o privilégio de conviver desde criança com um grande mestre do mobiliário e da madeira - Joaquim Tenreiro - o português que "inventou" o móvel moderno no Brasil (veja o artigo “ANOS JK”). Era ele quem projetava todos os nossos apartamentos, detalhando além dos móveis, as luminárias, cortinas, azulejos...(Leia matéria “Tenreiro dos azulejos e das luminárias”)
Da esq. para a dir.: eu, minha mãe, minha cunhada Bia, meu irmão Pedro, minha irmã Adelaide e Tenreiro - Centro Empresarial Rio/1985.
Foi com ele que aprendi a reconhecer os veios da madeira e a explorar seus desenhos; como estruturar um móvel com um mínimo de madeira para aparentar um máximo de leveza; como fazer encaixes sem pregos ou parafusos ou como acabamentos suaves podem ser utilizados mesmo nas partes não visíveis. Suas gavetas deslizavam com um leve toque de dedos, sem ferragens ou puxadores.
Na minha juventude, Tenreiro costumava passar alguns réveillons na nossa casa na Urca, e, nos seus últimos anos de vida comemorou conosco os Natais. Antes da homenagem que o Rio Design Center prestou a esse gênio com uma grande retrospectiva do seu mobiliário, jantou conosco. Foi a última vez que estive com o meu Mestre. Recordo-o diariamente, ao sentar nas suas cadeiras e ao tocar suas esculturas. A Tenreiro, para sempre, minha gratidão! (Leiam minha homenagem Ao mestre Tenreiro, com carinho)
E quem hoje eu admiro nesta área? O requinte dos espanhóis Jaime Tresserra e Patricia Urquiola; a síntese racional dos italianos Antonio Citterio e Piero Lissoni; a sensualidade orgânica do inglês Ross Lovegrove e do egípcio Karim Rashid; a delicadeza de linhas dos franceses Christophe Pillet e irmãos Bouroullec, além, é claro, da imbatível genialidade de Philippe Stark. Agora observem com atenção à originalidade dos grupos Droog Design (de origem holandesa) e Geração X (os novos nórdicos).
Concluí, finalmente, que bons projetos de Arquitetura ou de Design são eternos. É esta a minha busca!
Obs: Conheçam Meu STUDIO.
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